Circular e constante

sábado, 2 de fevereiro de 2013 Postado por Lucas Guerinni

As primeiras palavras do ano só vão confirmar o meu apreço por tudo que já escrevi antes... Entre parágrafos e pontos finais eu batizei o meu isolamento. Abrirei os braços para os trezentos e sessenta e cinco dias que baterão em minha porta este ano. Não há peso, nem lamúrias, nem raiva, quiça dor. De tudo que espero da vida, só não me permito retroceder. Em uma conversa com uma amiga em meu trabalho, disse: ''Dificeis são as perguntas que eu ando fazendo para a humanidade...'' Sei responder que o motivo é a noção de saber antes tarde do que nunca que as coisas nem perto de estão onde deveriam. 
   E para completar, digo mais... Eu não sinto o que anseio sentir, eu não estou onde queria. E agora acho que estou a escrever mais um texto sujo que me fará rir depois, mas está tudo tão transparente agora. Eu posso falar sobre, mesmo que as palavras demorem a chegar, mesmo que eu me perca no caminho e me desencante com os meus próprios devaneios que não me tiram do lugar... É que eu nunca percebi antes, que jogar a vida fora me custará alegria mais tarde. Todas as pessoas esmaecendo, e levando o melhor do que já senti. Todas as dores que no fundo foram tão poucas... 
   E o amor, profundamente raso. E as minhas reclamações disfarçadas de poesia. Não esquecendo nunca da saudade, querendo ser editada, transformada e sempre crua. Admiro meu esmero ao pensar nos desejos mesquinhos, e nas verdades desconexas. A minha graça em viver está em fazer a pior merda da vida, e ainda assim continuar vivendo. Porque aplaudir de pé os meus fracassos me diverte muito. Remediando as bobagens para quem sabe viver melhor. Não quero nada além de mais desajustes, me interesso pelo conflito.

E aqui estamos, depois de tantas palavras, de tanto sentimento. O que fez desde a ultima vez?
Olhe ao seu redor. Isso é novo?
Olho ao meu redor e nada é novo.
Arrumei todo o quarto e mudei os moveis de posição, só pra parecer que saí do lugar, que as coisas vão mudar. Não vão.
Achei um calendário propaganda no quarto, coloquei aqui do lado só pra ter aquela impressão de que espero por um dia marcado em que algo magnifico acontecerá. Não irá.
A mesma velha chuva e o mesmo velho sentimento de estar jogando fora a vida.
Como eu queria acordar amanhã e ter toda a coragem do mundo pra fazer do meu dia algo fantástico e memorável, mas tudo o que tenho cabe no espaço de mim e se chama medo.
Esse é o meu quarto que abrigando tantos pensamentos não abriga quase nenhuma atitude. Quero mudar e tudo o que consigo fazer é trocar os móveis de lugar. E continuar no mesmo lugar.
— Por onde andou?
— Em círculos. E você?

 2013, seja bom para mim. 

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