Feito há algum tempo para um trabalho, um artigo de opinião sobre um tema polêmico. “De um lado, o amor declarado e explícito, com direitos que devem ser assegurados. Por outro, a obstinação e horror por parte da Igreja que se manifesta constantemente no que diz respeito à união de duas pessoas do mesmo sexo.” O primeiro casamento homossexual foi aprovado na Argentina no último dia 15, após 14 horas de debate, no prédio do Congresso em Buenos Aires. Notou-se uma diferença mínima na diferença dos votos, 33 votos a favor e 27 votos contra a união. Com isso, a Argentina tornou-se o décimo país a autorizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, legislando-se para novas evoluções. Durante a longa discussão que foi encerrada na madrugada do dia 15 (quinta-feira), manifestantes pró-casamento gay se reuniram em frente ao Senado, acompanhados de bandeira, faixas, faces pintadas, entre outros tipos de explicitação. Todavia, um dia antes do debate, registrou-se uma concentração de católicos defronte o Congresso, exibindo não somente sua opinião ativa que já é do conhecimento popular, como também aguçando o espírito diversificado dos manifestantes que, no dia seguinte, lutaram por seus direitos até o fim. Cabe a todos nós ter o mínimo de bom senso ao concordar que, atualmente, existem milhares de problemas espalhados pelo mundo que deveriam ter maior atenção e consideração por parte de todos. Mas atemorizo-me ao perceber que os olhos não se abrem, nem por decreto, para a diversidade que hoje se encontra tão próxima de cada um de nós. Sancionar regras que asseguram os direitos igualitários é um ato evidentemente raro, pois se este comum fosse, tal aprovação anteriormente dita não se tornaria notícia de jornais e revistas. Ao ter conhecimento da maneira com que católicos argentinos se referiram à união – “um projeto do demônio”, hesitei com tamanha perplexidade no rosto. E o que mais me intriga e me revira por dentro, é a tentativa de entender o que existe de errado nisso. Homossexuais não lutam por um projeto do demônio, inclusive muitos deles acreditam em Deus e em todo o seu poder, algo que a Igreja definitivamente não reconhece. Exponho meu parecer com minha consciência isenta de todo e qualquer tipo de culpa por discordar da opinião que a grande maioria da sociedade abriga. Aos que comigo concordam, o mundo não mudará sozinho e pertence a nós a iniciativa de lutar por mais notícias como essa, questionar benfeitorias que encaminhem homossexuais aos dias em que os direitos e a liberdade de expressão serão idênticos para toda a população.
2 de fevereiro de 2011 às 16:31
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